

Finalmente estreia nos cinema do Brasil, o esperado ganhador do Oscar que ganhou oito estatuetas para esse filme independente (mas caro que já ouvimos falar) inglês, fica reconhecido o talento do seu diretor, Danny Boyle, como o cara que desde 95 quando lançou “Cova Raza”, vem fazendo do cinema um lugar mais bacana e mais pop. Por causa de Boyle, nomes como Tarantino e Guy Ritchie são o que são hoje em dia, isso porquê “Cães de Aluguel” é anterior a “Cova Raza”.“Milionário” é o ápice de uma carreira até que irregular de Danny Boyle, mas irregular porque o cara experimenta e tenta e erra e faz de novo até que acerta. Mas quando ele acerta, é só ele mesmo. O filme é bacana porque conta uma história de amor muito bela. Apesar de toda ação, porradaria, gangsters, favela, o que importa é que o moleque que nasceu na maior favela de Mumbai é apaixonado por uma outra favelada que some e reaparece e some de novo de sua vida e por isso ele resolve participar do programa de tv de perguntas e respostas não por causa do prêmio em dinheiro, mas sim para dar a ela a oportunidade de vê-lo e saber onde ela pode encontrá-lo.
Só que o moleque, ex-favelado, menino que serve chá numa central de tele-marketing, começa a certar todas as respostas do programa e vai ganhando muito dinheiro. Ao final do primeiro dia de programa, ele é levado pela polícia sob suspeita de fraude e durante sua “estadia” na delegacia ele vai contando como sabe cada resposta. E quando ele conta, em flashback, a história de sua vida vai sendo mostrada, desde que ele era um garotinho até como perdeu de novo o amor de sua vida.
O filme é demais. Bom filmado, bem montado, ágil, urgente e pop, muito pop. Muio se deve a direção de arte com ares hindus aqui e ali e a trilha sonora perfeita. Tenho certeza que esse filme, com o reconhecimento que vem tendo, vai mostrar um pouco de Bollywood por aí e atiçar a curiosidade do povo. Mas estão dizendo que esse é o filme de Bollywood dirigido por um inglês e tal, daí acho exagero. O filme é a cara do Boyle, com toques hindus, mas não tem nada de Bollywood, a não ser a sequência de dança dos créditos finais que é bem bacana, mas fora isso, é um filme inglês pop atual e pronto!
RIO DE JANEIRO EM CENA, UMA CIDADE CINEMATOGRÁFICA !!!
A Cidade do Rio de Janeiro tem sido fotografada e filmada há mais de um século. A infinidade de suas locações que incluem desde belezas naturais quanto arquitetônicas se misturam com a alegria e a sensualidade de seu povo, sem esquecer das tensões sociais que existem entre o Morro e o Asfalto, o Carnaval, o Samba, a Bossa Nova e o Funk... são muitas histórias, muitas e intensas emoções. Clássicos absolutos do Cinema retrataram a Cidade Maravilhosa: RIO ZONA NORTE e RIO 40 GRAUS. Ambos de Nelson Pereira dos Santos, são um belo exemplo. Belas são as duas versões de ORFEU DO CARNAVAL, a última de Cacá Diegues mostrando toda a exuberância e beleza de um desfile de Carnaval. Temos os musicais da Atlântida, os filmes com Oscarito, Grande Otelo e Dercy Gonçalves, o número de filmes é gigantesco. Filmes que retrataram a juventude carioca por um prisma mais marginal são os ótimos > AMOR BANDIDO de Bruno Barreto e TERROR E EXTASE de Antonio Calmon. O própr io Calmon dirigiu também o grande sucesso dos anos 80: MENINO DO RIO.
Muitas Pornochanchadas foram filmadas no Rio, as de Carlo Mossy são as mais divertidas. Julio Bressane dirigiu muitas de suas obras no Rio de Janeiro. O lado da periferia, dos marginalizados, dos esquecidos que não estão nos cartões postais, aparece em dois sucessos mundiais premiados em diversos países: CENTRAL DO BRASIL, de Walter Salles e com Fernanda Montenegro, e CIDADE DE DEUS de Fernando Meirelles, dois dos filmes mais importantes de nossa cinematografia. Outro grande sucesso recente do Cinema Nacional foi Carlota Joaquina, que teve locações no Rio. Neville de Almeida dirigiu dois filmes cariocas que causaram escândalo na época de seus lançamentos: OS SETE GATINHOS e RIO BABILÔNIA, esse último um retrato ácido do comportamento liberal no início dos anos 80 com direito a sexo e nudez desenfreados, corrupção e uma polêmica sequência onde o falecido ator Jardel Filho tem uma transa no papel de passivo com uma travesti...
Para onde movemos a câmera no Rio de Janeiro sempre temos uma imagem surpreendente, o que acaba gerando filmes tão diversos como os primeiros registros em imagens de Carmen Miranda, quanto AMADA AMANTE e SÁBADO ALUCINANTE de Claudio Cunha...
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