BBM :Como surgiu a idéia de criar uma Drag Queen em pleno Curso de Arte Dramática ? Afinal, como nasceu a Beth, como ela foi concebida ?
BETH: Eu nasceu da “perseguida” como todo mundo (risos), A Beth nasceu no Teatro, como uma Fênix, em um momento em que era tudo ou nada e que o Professor de Interpretação não ia com a minha cara, me achava muito “quadradinho”, sempre fazendo papéis bem comportados, durante os quatro anos do Curso. Um dia o tal Professor me falou: “Ou você me surpreende com algo que você nunca fez ou será reprovado...” e como a idéia era continuar o curso e fazer o estágio para conseguir minha DRT, então pintou a idéia de fazer uma Vedete, só que na época eu não queria ser taxada de Drag, nada contra, mas eu sempre ouvia os professores dizerem que a gente poderia correr o risco de se tornar “Ator de um personagem só” como a Vera Verão. Então eu cheguei em casa, ouvi uns CDs de Jazz, então surgiram alguns movimentos sensuais, gestos, então surgiu a mulher, a vedete, mas explorando o lado mais colorido e divertido, menos sensual. Então alguns amigos do Teatro que estavam montando “A Cantora Careca”, onde uma amiga minha usava uma peruca de tule e uma batinha cor de rosa, daí veio a personagem Beth. E para tirar a imagem carregada da Drag, na aula de maquiagem criei uma imagem do Palhaço, do Clown, Resumindo: a Beth tem a sensualidade da vedete, a alegria e o colorido do palhaço e a inocência de uma criança, porque ela pode tudo, mas ela sabe que tem limites.
BBM:Como a Beth começou a interagir profissionalmente nas casas noturnas e eventos em geral ?
BETH: Após a conclusão do curso, onde a Beth foi um sucesso, participei de várias montagens de Ariano Suassuna, Nelson Rodrigues e a personagem da Beth foi ficando na gaveta. Então, em um momento em que eu estava passando por algumas dificuldades financeiras e os amigos me falaram para tirar a Beth da gaveta, como se fosse um Super-Herói que pega a máscara e está pronto para agir e monta um espetáculo, um show, chama os amigos e arrecada algum dinheiro. Com muito sacrifício eu fiz o show, em Jundiaí, e deu certo. Então, depois desse show a Beth só surgia nos meus momentos de aperto. Mas os amigos sempre continuavam me cutucando, pedindo para voltar com a Beth, pois ela é um personagem que faz sucesso tanto com as crianças até com os velhinhos, não somente no meio GLS. Com essa onda do Orkut, alguns amigos resolveram fazer um Perfil da Beth e a reação das pessoas foi muito boa. Quando eu via as Drag Queens na noite eu as achava muito perfeitas e pensava que nunca ia ser como elas, que tinham aquele grupo fechado e quem era eu Beth para ser como elas, e ainda tinha o medo da rejeição e não queria participar de concursos como os da Blue Space, tenho um certo trauma de seleções e concursos. Então através do Orkut a Débora me convidou para participar da Rádio Hype pois estavam a procura de uma personagem para o Programa Quizumba que nós apresentamos atualmente onde eu fui uma espécie de cobaia, de “Sabrina Sato”, para o pessoal que participava da equipe. Então surgiu meu primeiro evento na Feira da Vila Madalena que foi minha grande prova, pois nunca havia encarado um público tão grande e foi o meu batismo, me senti uma Pop Star. Só b comecei a atuar mesmo na Ursound, onde eu fui com um pouco de medi pois não é comum a figura de uma Drag Queen em uma balada Ursina, mas para minha surpresa eu fui muito bem, aceita e considero a Festa o meu lugar, é uma comunidade mesmo, onde todos se conhecem e a amizade vai além da festa...
BBM: Antes de conhecer a Ursound vc já tinha conhecimento do Mundo Ursino ?
BETH: Eu não sabia que existia toda essa separação, eu era uma garota inocente, totalmente despreparada para a noite, daí eu caí justamente numa toca onde eu fui muito bem aceita. Eu vejo os ursos de São Paulo como uma grande família, não conheço os ursos de outros estados. O clima que eu percebo na Ursound é de curtição, o que rolar depois é lucro e todos ficam naquela espera para a próxima festa do mês seguinte, e você não percebe isso nas outras baladas, nas outras festas... A troca de carinho entre os ursos é muito grande e isso me emociona muito.
BBM: Como é sua interação com os outros grupos da comunidade GLS: Barbies, Bolachas...
BETH: Com as Barbies eu tenho pouco contato, até por falta de oportunidade, com as outras Drags e com as transex eu tenho um bom relacionamento e elas me vêem como uma fantasia. Um amigo me falou certa vez que eu sou a boneca que elas nunca tiveram na infância...
BBM:Falando sobre essa questão da ilusão, todo homem que se traveste e sai na noite seja por diversão ou profissionalmente, está mexendo com a fantasia das pessoas. Você é muito assediada seja por homens ou por mulheres? Como rola esse assédio?
BETH: Eu sou bem assediada, mas é um outro tipo de assédio. Sou assediada tanto por homens, tanto por mulheres, inclusive heteros. Mas aí que está a diferença das Drags, pois nós somos palhaços de luxo... A mulher hetero, no caso, não vai se importar de eu sentar no colo di marido dela para tirar uma foto porque ela sabe que é tudo uma grande brincadeira.Na Parada Gay, por exemplo, foi uma experiência muito bacana. Tinha uma família, um casal, com os filhos gêmeos em um carrinho de bebê e daí a mulher falou “Com ela pode...” e o marido me chamou para tirar uma foto ao lado dos nenês e que eles iriam mandar a foto para o Rio Grande do Sul dizendo que eu era a nova Babá das crianças, e esse tipo de assédio é muito gostoso. Mesmo ma Ursound quando eu brinco com o pessoal nunca tem uma conotação sexual, eles podem me tocar, me agarrar mas é como se fosse um brinquedo, uma diversão.
BBM :Nos últimos anos a figura do Host se tornou muito importante. Na maioria dos casos são meninos ou meninas bonitos ou “descolados”, ou Drags que acabam sendo o primeiro contato do público com a casa. Alguns extrapolaram e começaram a se achar mais estrelas do que os freqüentadores. O que você acha desse tipo de atitude e o que um bom Host deve fazer para receber bem o público de uma festa ?
BETH: Acho que a humildade é o tempero para tudo na vida, no sucesso. Um Host que age assim dessa maneira errada não deve permanecer, já está assinando a carta de expulsão. O Host representa a acolhida e se você tem uma boa recepção, você vai voltar sempre. Carisma, simpatia e educação são as principais características de um bom Host
BBM :O que é indispensável para fazer uma festa bombar de verdade?
BETH: É a questão mesmo de “não se achar” do Promoter achar que a festa é dele e isso prejudicar e fazer a festa ir para o buraco mesmo. Esse ataque de estrelismo de achar que a festa é só dele já indica um fracasso. Para uma festa bombar mesmo é saber ouvir e compartilhar a opinião de todos e ter cuidado com os funcionários, escolher bem a equipe, desde os seguranças até o pessoal do bar, os DJs, o pessoal da limpeza, todos tem que trabalhar a favor da festa
BBM : Que tipo de som a Beth gosta de ouvir em casa e na balada?:
BETH: Na balada a Beth balança o esqueleto com o que vier, ela é movida a som, mas em casa a Beth é careta e curte ouvir MPB. Adoro o Chico Buarque, já gostei muito do Caetano, mas ele ficou muito chato depois de velho (risos).
BBM: E as Drags conhecidas? Quais você admira?
BETH: Adoro a Gindrey de Itaquera, a Jimmy Kier e a Rainha de todas: Silvetty Montilla... ela é a Rainha do Improviso.
BBM: Quais os seus DJs favoritos?
BETH: Eu conheço poucos, mas o meu predileto é o DJ Bizarra.
BBM: Como é O Programa da BETH na Rádio Hype Mix Brasil?
BETH: Depois que eu entrei no Programa Quizumba que já existe há sete anos e do qual eu participo há 3, e como a Beth fala demais eles resolveram criar um programa só para ela, daí nasceu o Programa da Beth, porque quando abria o microfone só a Beth queria falar (risos) e então eu ganhei um presente e não sabia o que fazer com ele, daí vem aquela preocupação que eu te falei da festa que tem que dar certo e então eu pensei: “Não posso falar sobre apenas o que eu gosto, o que me agrada”, tenho que me preocupar com os ouvintes e então formatei o programa como se fosse um bate-papo e de ouvir a história que cada um tem para contar e muitas vezes falta oportunidade e o meu convidado pode falar algo que pode ajudar alguém que está do outro lado ouvindo o Programa. A pauta se desenvolve de acordo com o convidado e o público tem gostado muito e interagido bastante
BETH: Eu nasceu da “perseguida” como todo mundo (risos), A Beth nasceu no Teatro, como uma Fênix, em um momento em que era tudo ou nada e que o Professor de Interpretação não ia com a minha cara, me achava muito “quadradinho”, sempre fazendo papéis bem comportados, durante os quatro anos do Curso. Um dia o tal Professor me falou: “Ou você me surpreende com algo que você nunca fez ou será reprovado...” e como a idéia era continuar o curso e fazer o estágio para conseguir minha DRT, então pintou a idéia de fazer uma Vedete, só que na época eu não queria ser taxada de Drag, nada contra, mas eu sempre ouvia os professores dizerem que a gente poderia correr o risco de se tornar “Ator de um personagem só” como a Vera Verão. Então eu cheguei em casa, ouvi uns CDs de Jazz, então surgiram alguns movimentos sensuais, gestos, então surgiu a mulher, a vedete, mas explorando o lado mais colorido e divertido, menos sensual. Então alguns amigos do Teatro que estavam montando “A Cantora Careca”, onde uma amiga minha usava uma peruca de tule e uma batinha cor de rosa, daí veio a personagem Beth. E para tirar a imagem carregada da Drag, na aula de maquiagem criei uma imagem do Palhaço, do Clown, Resumindo: a Beth tem a sensualidade da vedete, a alegria e o colorido do palhaço e a inocência de uma criança, porque ela pode tudo, mas ela sabe que tem limites.
BBM:Como a Beth começou a interagir profissionalmente nas casas noturnas e eventos em geral ?
BETH: Após a conclusão do curso, onde a Beth foi um sucesso, participei de várias montagens de Ariano Suassuna, Nelson Rodrigues e a personagem da Beth foi ficando na gaveta. Então, em um momento em que eu estava passando por algumas dificuldades financeiras e os amigos me falaram para tirar a Beth da gaveta, como se fosse um Super-Herói que pega a máscara e está pronto para agir e monta um espetáculo, um show, chama os amigos e arrecada algum dinheiro. Com muito sacrifício eu fiz o show, em Jundiaí, e deu certo. Então, depois desse show a Beth só surgia nos meus momentos de aperto. Mas os amigos sempre continuavam me cutucando, pedindo para voltar com a Beth, pois ela é um personagem que faz sucesso tanto com as crianças até com os velhinhos, não somente no meio GLS. Com essa onda do Orkut, alguns amigos resolveram fazer um Perfil da Beth e a reação das pessoas foi muito boa. Quando eu via as Drag Queens na noite eu as achava muito perfeitas e pensava que nunca ia ser como elas, que tinham aquele grupo fechado e quem era eu Beth para ser como elas, e ainda tinha o medo da rejeição e não queria participar de concursos como os da Blue Space, tenho um certo trauma de seleções e concursos. Então através do Orkut a Débora me convidou para participar da Rádio Hype pois estavam a procura de uma personagem para o Programa Quizumba que nós apresentamos atualmente onde eu fui uma espécie de cobaia, de “Sabrina Sato”, para o pessoal que participava da equipe. Então surgiu meu primeiro evento na Feira da Vila Madalena que foi minha grande prova, pois nunca havia encarado um público tão grande e foi o meu batismo, me senti uma Pop Star. Só b comecei a atuar mesmo na Ursound, onde eu fui com um pouco de medi pois não é comum a figura de uma Drag Queen em uma balada Ursina, mas para minha surpresa eu fui muito bem, aceita e considero a Festa o meu lugar, é uma comunidade mesmo, onde todos se conhecem e a amizade vai além da festa...
BBM: Antes de conhecer a Ursound vc já tinha conhecimento do Mundo Ursino ?
BETH: Eu não sabia que existia toda essa separação, eu era uma garota inocente, totalmente despreparada para a noite, daí eu caí justamente numa toca onde eu fui muito bem aceita. Eu vejo os ursos de São Paulo como uma grande família, não conheço os ursos de outros estados. O clima que eu percebo na Ursound é de curtição, o que rolar depois é lucro e todos ficam naquela espera para a próxima festa do mês seguinte, e você não percebe isso nas outras baladas, nas outras festas... A troca de carinho entre os ursos é muito grande e isso me emociona muito.
BBM: Como é sua interação com os outros grupos da comunidade GLS: Barbies, Bolachas...
BETH: Com as Barbies eu tenho pouco contato, até por falta de oportunidade, com as outras Drags e com as transex eu tenho um bom relacionamento e elas me vêem como uma fantasia. Um amigo me falou certa vez que eu sou a boneca que elas nunca tiveram na infância...
BBM:Falando sobre essa questão da ilusão, todo homem que se traveste e sai na noite seja por diversão ou profissionalmente, está mexendo com a fantasia das pessoas. Você é muito assediada seja por homens ou por mulheres? Como rola esse assédio?
BETH: Eu sou bem assediada, mas é um outro tipo de assédio. Sou assediada tanto por homens, tanto por mulheres, inclusive heteros. Mas aí que está a diferença das Drags, pois nós somos palhaços de luxo... A mulher hetero, no caso, não vai se importar de eu sentar no colo di marido dela para tirar uma foto porque ela sabe que é tudo uma grande brincadeira.Na Parada Gay, por exemplo, foi uma experiência muito bacana. Tinha uma família, um casal, com os filhos gêmeos em um carrinho de bebê e daí a mulher falou “Com ela pode...” e o marido me chamou para tirar uma foto ao lado dos nenês e que eles iriam mandar a foto para o Rio Grande do Sul dizendo que eu era a nova Babá das crianças, e esse tipo de assédio é muito gostoso. Mesmo ma Ursound quando eu brinco com o pessoal nunca tem uma conotação sexual, eles podem me tocar, me agarrar mas é como se fosse um brinquedo, uma diversão.
BBM :Nos últimos anos a figura do Host se tornou muito importante. Na maioria dos casos são meninos ou meninas bonitos ou “descolados”, ou Drags que acabam sendo o primeiro contato do público com a casa. Alguns extrapolaram e começaram a se achar mais estrelas do que os freqüentadores. O que você acha desse tipo de atitude e o que um bom Host deve fazer para receber bem o público de uma festa ?
BETH: Acho que a humildade é o tempero para tudo na vida, no sucesso. Um Host que age assim dessa maneira errada não deve permanecer, já está assinando a carta de expulsão. O Host representa a acolhida e se você tem uma boa recepção, você vai voltar sempre. Carisma, simpatia e educação são as principais características de um bom Host
BBM :O que é indispensável para fazer uma festa bombar de verdade?
BETH: É a questão mesmo de “não se achar” do Promoter achar que a festa é dele e isso prejudicar e fazer a festa ir para o buraco mesmo. Esse ataque de estrelismo de achar que a festa é só dele já indica um fracasso. Para uma festa bombar mesmo é saber ouvir e compartilhar a opinião de todos e ter cuidado com os funcionários, escolher bem a equipe, desde os seguranças até o pessoal do bar, os DJs, o pessoal da limpeza, todos tem que trabalhar a favor da festa
BBM : Que tipo de som a Beth gosta de ouvir em casa e na balada?:
BETH: Na balada a Beth balança o esqueleto com o que vier, ela é movida a som, mas em casa a Beth é careta e curte ouvir MPB. Adoro o Chico Buarque, já gostei muito do Caetano, mas ele ficou muito chato depois de velho (risos).
BBM: E as Drags conhecidas? Quais você admira?
BETH: Adoro a Gindrey de Itaquera, a Jimmy Kier e a Rainha de todas: Silvetty Montilla... ela é a Rainha do Improviso.
BBM: Quais os seus DJs favoritos?
BETH: Eu conheço poucos, mas o meu predileto é o DJ Bizarra.
BBM: Como é O Programa da BETH na Rádio Hype Mix Brasil?
BETH: Depois que eu entrei no Programa Quizumba que já existe há sete anos e do qual eu participo há 3, e como a Beth fala demais eles resolveram criar um programa só para ela, daí nasceu o Programa da Beth, porque quando abria o microfone só a Beth queria falar (risos) e então eu ganhei um presente e não sabia o que fazer com ele, daí vem aquela preocupação que eu te falei da festa que tem que dar certo e então eu pensei: “Não posso falar sobre apenas o que eu gosto, o que me agrada”, tenho que me preocupar com os ouvintes e então formatei o programa como se fosse um bate-papo e de ouvir a história que cada um tem para contar e muitas vezes falta oportunidade e o meu convidado pode falar algo que pode ajudar alguém que está do outro lado ouvindo o Programa. A pauta se desenvolve de acordo com o convidado e o público tem gostado muito e interagido bastante
2 comentários:
SIMPLESMENTE FANTÁSTICA A BETH.....
QUANDO A CONHECI ... NOSSA FOI NO MEU GRANDE ENCONTRO EM SAMPA...ACHO QUE MESMO SEM QUE ELA SAIBA...ELA É NOSSA MADRINHA ..RSRSRRS
BEIJAUM BETH ALEXANDRE E ROBSON ..RIO DE JANEIRO
ADOREI O POST
BJOSSSSSSSSSSS
HAIRYBEARS
http://hairybears.blogspot.com/
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